Muitas pessoas ainda têm receio de tomar antialérgico por medo de sentirem sono durante o dia e ter afetada a concentração de adultos o desempenho escolar das crianças. Com isso, acabam convivendo com sintomas desagradáveis de alergia respiratória ou urticária. Sendo assim, que tal entender mais sobre os antialérgicos, inclusive aqueles que não dão sono?
Para entender melhor, os antialérgicos que provocavam sono e muitos outros efeitos colaterais eram aqueles de primeira geração, lançados a partir da década de 40. Com o tempo, novas pesquisas foram sendo desenvolvidas, até que se chegou aos antialérgicos de segunda geração, do qual Allegra (cloridrato de fexofenadina) faz parte. Os novos antialérgicos não causam sono como efeito adverso e por isso não impactam nas atividades diárias1.
Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre os antialérgicos:
Antialérgicos são todos iguais
Mito. Há antialérgicos de primeira e segunda geração. Allegra (cloridrato de fexofenadina) é um exemplo de medicamento moderno, de segunda geração, indicado para tratamento de rinite alérgica e urticária.
Os medicamentos antigos, conhecidos como os de primeira geração, conseguem penetrar a barreira hemato-encefálica, estrutura que protege o Sistema Nervoso Central, gerando os sintomas desagradáveis1,2,3. Já no caso dos anti-histamínicos de segunda geração não há essa passagem pela barreira hemato-encefálica, o que reduz os efeitos colaterais.
Provocam sono
Verdade, mas esse efeito é mais comum após a ingestão dos antialérgicos antigos, de primeira geração, uma vez que atingem o Sistema Nervoso Central e podem causar sonolência, fadiga, entre outros efeitos colaterais. Allegra, por exemplo, por ser de segunda geração, não provoca sono e não interfere na atenção ou na concentração1,2,3.
Podem provocar ganho de peso: mito. Os antialérgicos de primeira geração podem aumentar o apetite, mas esse fato não irá, consequentemente, provocar o ganho de peso. Já com os medicamentos modernos, caso de Allegra, não há risco do aumento do apetite4.
Dose errada pode ser perigosa
Verdade. É preciso respeitar a dose diária prescrita ou indicada na bula do medicamento, já que ultrapassar a dosagem pode acarretar efeitos colaterais. No caso dos anti-histamínicos de primeira geração, doses tóxicas no Sistema Nervoso Central podem representar um risco de vida nos casos de superdosagem1.
Aliviam espirros, coriza e outros sintomas
Verdade. Os antialérgicos reduzem ou eliminam os sintomas desagradáveis da alergia, como espirros, coriza, nariz entupido e coceira nos olhos. Porém, quando a ação do medicamento termina – o que acontece em média depois de 12 horas - e a pessoa continua em contato com a substância alergênica, os sintomas incômodos podem aparecer novamente. 1,2.
Bebidas alcoólicas podem interferir no antialérgico
Verdade, mas isso não vale para todos os anti-histamínicos. Allegra que é composto por cloridrato de fexofenadina, por exemplo, não tem interação com o álcool. O ideal, portanto, é não consumir álcool durante qualquer tratamento medicamentoso sem conversar antes com o médico, para entender se aquele antialérgico específico pode – ou não – ter interação com a bebida2,5.
Referências:
1. Antonio Carlos Pastorino. Revisão sobre a eficácia e segurança dos anti-histamínicos de primeira e segunda geração. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Disponível em: http://www.sbai.org.br/revistas/Vol333/anti-histaminicos_33_3.pdf
2. Bula de Allegra. Anvisa. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=2729202019&pIdAnexo=11107284
3. Ronald D Mann, Gillian L Pearce, Nicholas Dunn, et al. Sedation with “non-sedating” antihistamines: four prescription-event monitoring studies in general practice. British Medical Journal. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC27362/
4. Paulo Ricardo Criado, Roberta Fachini Jardim Criado, Celina W. Maruta. Histamina, receptores de histamina e anti-histamínicos: novos conceitos. Anais Brasileiros de Dermatologia. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abd/v85n2/10.pdf
5. Hideyuki Kawauchi, Kazuhiko Yanai, De-Yun Wang et al. Antihistamines for Allergic Rhinitis Treatment from the Viewpoint of Nonsedative Properties. International Journal of Molecular Sciences. Disponível em: https://www.mdpi.com/1422-0067/20/1/213/htm
ALLEGRA® (cloridrato de fexofenadina). Indicações: é um anti-histamínico destinado ao tratamento das manifestações alérgicas, tais como sintomas de rinite alérgica (incluindo espirros, obstrução nasal, prurido, coriza, conjuntivite alérgica) e urticária (erupção avermelhada e pruriginosa na pele). MS 1.8326.0359. O USO DO MEDICAMENTO PODE TRAZER ALGUNS RISCOS. Leia atentamente a bula. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Data de Revisão: 01/10/19.